"Quem entrasse, no passado sábado na Casa do Alentejo,
deparava-se naquele belo átrio, com uma exposição alusiva à Robinson, e com a
banca da petição.
Também no Fórum Ecologista, que decorreu durante o mesmo
dia, a Robinson foi amplamente abordada a três vozes:
Pela voz da Manuela Mendes, que no quadro da sua a
intervenção “A cortiça portuguesa em três séculos de industrialização”,
retratou e vincou a razão porque George Robinson escolheu Portalegre para a
instalação da fábrica, o papel que esta desempenhou no desenvolvimento da
indústria corticeira e na transformação da cortiça em Portugal, transformação
esta que até então era processada em Inglaterra, a importância desta indústria
no desenvolvimento e crescimento da cidade e concelho, o papel histórico que
esta teve no surgimento das organizações do movimento operário, e o lugar
pioneiro que ocupou no desenvolvimento tecnológico neste sector.
Pela voz de Luís Pargana, através da sua intervenção “O
património industrial como recurso de desenvolvimento local – o caso da
corticeira Robinson”, veio ao Fórum o projecto Souto Moura e as intenções para
fazer do “Espaço Robinson” um pólo ao serviço da cultura, da ciência e do
desenvolvimento de Portalegre. Luís Pargana, que desempenhou funções de
vereador da cultura, aquando do desenvolvimento deste processo, e que
protagonizou a sua apresentação ao então Ministro da Cultura Pedro Roseta, deu
a conhecer aos presentes o que do projecto foi desenvolvido, como por exemplo a
Escola de Hotelaria, e o que ficou pelas intenções devido a uma má gestão d
Fundação Robinson e a um desvirtuamento dos seus objectivos iniciais. Vincou a
importância da valorização deste património industrial para o desenvolvimento
da cidade e do Concelho. Terminou a sua intervenção como 1.º signatário da
petição com um apelo para a sua divulgação e assinatura, sublinhando a
importância desta questão chegar à Assembleia da República, para que se venha a
ultrapassar o bloqueio actual e impedir que aquela memória viva de Portalegre
se venha a perder para todo o sempre.
Por fim, pela voz de Manuela Cunha, chegou a reafirmação do
empenho de Os Verdes em salvar este património e encontrar caminhos para a sua
valorização, relembrando que depois do debate de Os Verdes, realizado em Fevereiro,
na própria fábrica que deu origem à petição, depois da sensibilização feita e
do alerta lançado ao Presidente da República, é agora o Ministro da Cultura o alvo.
Manuela Cunha revelou que este já foi alertado para a situação numa reunião, de
trabalho com Os Verdes e vai agora ser agraciado com um dossier idêntico".